sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

O caso do bêbado

O homem que bebe um copo atrás do outro, que mistura cerveja com vodca e rum é aquele mais se queixa da vida, do seu legado de inexistência social. Ele sofre por ver sua causa morta. O mesmo homem, agora sentado no meio fio, encostado num poste, fecha os olhos e sonha com as mesmas coisas que sonhou quando mais jovem, quando ainda não bebia tanto quanto hoje. Ele acaba deitando na calçada. As pessoas passam, criticam, o chamam de bêbado.Talvez o bêbado não fosse tão infeliz se uma das almas que passam nas calçadas tivesse mesmo a intenção de lhe mostrar que a resolução dos nós que a vida dá não estão dentro de um copo suado de cerveja.
O bêbado, deitado na calçada da igreja poderia não existir se as pessoas tivessem saído de dentro de suas muralhas eclesiais e realmente se importassem com o que acontece aqui do lado de fora. Que humanismo é este que defendem e pregam? Isso pra mim é mais um cristianismo podre revestido de crueldade.
O padre reza a missa. O pastor encerra o culto. O homem continua caído. Os (in) fiéis dizem que aquela criatura está possuída pelo demônio, por essa razão ele se encontra naquele estado.
Eu me pergunto quem realmente é o demônio.


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