quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Histórias que nos contam na cama antes da gente dormir I

Carlos.

Gostaria que me lesse com atenção; bastante atenção mesmo.
O que você vem me fazendo é uma tremenda falta de respeito. Respeito, consideração, estima, apreço, gentileza; chame isto como quiser.
Te admiro quanto à sua resistência adolescente, seu trabalho, seus dreads azuis, mas não passa disso. Nunca te vi como homem e nunca poderia e nem poderei ver. Não poderei ver e nem quero.
Tenho meu amor, meu amado, meu namorado, meu noivo, meu futuro marido; e se você é um dos terráqueos que não sabem ainda do meu amor por ele, digo que ele é um pedaço de mim e o amo mais que muita coisa no mundo, não tenho a capacidade de traí-lo nem que seja intelectualmente.
Sei que você pode dizer que fidelidade é muito demodê, mas meu diferencial está aí, e, se você me observa tanto assim deve saber que sou daquelas à moda antiga.
Sua persistência em me querer tanto tem me incomodado, pois as más línguas inventam até onde não existe sombra de possibilidade.
Entre eu e você não pode existir nada, afirmo com toda convicção. Não pode porque não quero e não há nada no mundo que me faça querer. Nada mesmo.
Tenho meu homem, e dele sou mulher. Não preciso de outro. Não preciso e nem quero.
Entendeu?
Espero que sim, pois sei que você é deveras inteligente.
Estamos entendidos então.

Seja Feliz.
Clarissa.